27 setembro 2015

A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [19]

Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Décimo nono número da série. Sempre com hipóteses, finalizo o quarto ponto sugerido aqui, a saber: 4. Desafios políticos do heteropensamento. Escrevi no número anterior que Moçambique tem de fazer face a um fenómeno único e antigo: a existência de um exército privado, cujo comando partidário disputa ao Estado o "monopólio do uso legítimo da força física", para usar os termos de Max Weber [recorde aqui]. Esta situação, especialmente se mantida e agravada, mutila generalizadamente os ganhos na direção política e fortelece o crescimento da dominação política [recorde os conceitos aqui]. Uma das consequências é a crença na conspiração, a crença mecanicista, ao nível de certos sectores do partido reinante e do Estado, de que a crítica em geral e a crítica política em particular equivalem a pertencer à oposição partidária ou a apoiá-la ou, ainda, a servir interesses estrangeiros obscuros.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.
Adenda: leia uma notícia e veja um vídeo neste portal aqui.

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