23 abril 2012

Hábitos e fixismos (6)

Continuidade da série. Deixemos Simmel e entremos num outro fixismo de peso, referente à mentalidade essencialista. O embelezamento e a imutabilidade dos fenómenos e das tradições constituem dois eixos fundamentais da mentalidade essencialista, aquela que liquefaz o social no natural. Se, há alguns anos, fôssemos ao Museu de História Natural, cidade de Maputo, veríamos - empalhados - elefantes, antílopes e cobras (por exemplo) no rés-do-chão. Subindo as escadas, chegaríamos a uma secção etnográfica com máscaras e adereços diversos da nossa cultura. A ideia parecia ser a de que ninguém estranharia que tubarões, gazelas e máscaras da dança Mapiko estivessem ao mesmo nível irredutível do natural no naturalmente Museu de História Natural.
Pergunta: alguém sabe dizer-me se a situação é hoje diferente no museu?
(continua)

2 comentários:

ricardo disse...

Julgo que se mantem, mau grado o museu estar a cair aos bocados...Alem disso, ate ja se toca JAZZ as sextas-feiras no seu quintal...

Salvador Langa disse...

Excelente. Já ninguém liga na pátria de heróis.