27 setembro 2011

Consumidores machos, cervejas pretas fêmeas (11)

Mais algumas hipóteses no décimo primeiro número da série, prosseguindo no sumário proposto aqui.
6. Corpo, nudez e sexualidade de mercado. Escrevi no número anterior que o strip-tease permite dois movimentos de erotismo: a sexualização no primeiro movimento, a dessexualização no segundo movimento. Ambos são totalmente criação androcêntrica. O primeiro movimento é constituído pelo conjunto de signos destinados a despertar o público para a nudez feminina, de par com a música e com os movimentos eróticos da mulher. O início do desnudamento do corpo da mulher é a antecâmara do sexualismo de circo produzido pelo homem. O cabaret, antónimo do lar, é o veículo subvertor do conjunto que é a mulher, em favor unicamente da sua sexualidade - como diria Roland Barthes, da "nudez como vestuário natural da mulher".
Prossigo mais tarde.
(continua)

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Porquê no cabaret a mercadoria por excelência é o corpo da mulher?

Xiluva/SARA disse...

Pois é, cabarets são territórios de homens, e à sexta-feira....o 'dia dos homens'...