29 abril 2006

Humanidades

Importa voltar a uma linha de pensamento que faça das chamadas ciências sociais, humanidades, no pleno sentido de percurso cognitivo sempre inacabado, que assumamos que investigar os seres humanos, vivos ou mortos, é simplesmente um momento de pintura ou de escultura; que, com um pincel ou com um escopro ou com um cinzel, apenas tentamos e podemos pintar ou esculpir ou cinzelar o que nos é possível pintar, esculpir ou cinzelar no interior dos nossos princípios, dos nossos valores, das nossas posições sociais, das nossas crenças, dos nossos postulados; que, fazendo-o, a nossa única segurança talvez consista na honestidade de o fazer com rigor, conscientes de tudo aquilo que nos socializou, sujeitando o nosso trabalho a um permanente confronto de ideias, ao nível dos seminários, dos livros e das revistas de especialidade.

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